sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

O BAIO Nº 6 - UMA TRADIÇÃO DE NOSSO EXÉRCITO

Os Dragões da Independência, o 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (RCG), tem suas origens no "Esquadrão de Cavalaria Ligeira da Guarda do Ilustríssimo e Excelentíssimo Vice-Rei do Estado", criado em 1765 pelo governo de Portugal. 

Nos Dragões serviu o Bira, um dos mais destacados integrantes do Pelotão Brasil. Gaúcho, da arma de cavalaria, montava em companhia do então Presidente Figueiredo no picadeiro do RCG.

Uma das tradições do RCG é o cavalo montado por seu comandante, sempre o Baio Nº 6 - essa tradição remonta à Proclamação da República.

Em 15 de novembro de 1889, tropas do Exército apoiavam o movimento republicano, e o Marechal Deodoro da Fonseca foi chamado a comanda-las.

Muito doente, o Marechal chegou ao Campo de Santana, hoje Praça da República, no Rio de Janeiro, conduzido por uma charrete.

Ali, encontrou posicionado o 1º Regimento de Cavalaria; Deodoro desceu da charrete e pediu para montar a cavalo. 
Os oficiais, notando o estado de saúde do Marechal, tentaram evitar que isso acontecesse, mas ele ficou irredutível.

Tentando evitar o pior, o alferes Eduardo Barbosa cedeu seu cavalo, o de número seis, ao Marechal. O animal, um baio, era considerado o mais manso do Regimento.

E assim, montado no Baio Nº 6, Deodoro acabou proclamando a República.

Então, desde aquela época, o RCG busca um cavalo baio para ocupar a cocheira número 6, e esse animal é montado pelo comandante do Regimento.

Procura-se sempre por um animal o mais parecido possível com aquele que é representado no quadro de 1892 de Henrique Bernardelli, que mostra o momento da Proclamação.

A foto acima mostra o Baio Nº 6 durante uma cerimônia de passagem de comando do RCG.

O Baio Nº 6 original morreu em 1904, tendo sido sepultado no picadeiro do RCG, em seu quartel do Rio de Janeiro, hoje ocupado pelo 1º Batalhão de Guardas.

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