quarta-feira, 8 de maio de 2024

O 63º BATALHÃO DE INFANTARIA - UMA UNIDADE DE ESCOL



Em uma de suas missões, o Pelotão Brasil esteve junto ao 63º Batalhão de Infantaria, aquartelado em Florianópolis e à época comandado pelo então TC Andre Vicente Scafutto de Menezes. 

O 63, tem suas origens no  Regimento de Moura, do Exército Português, que chegou ao Brasil em  1767  para lutar contra os espanhóis na guerra pela posse da região do Prata.

Nessa campanha, fez parte das   tropas do General João Eduardo Von Bohm, que expulsaram os espanhóis do atual território do  Rio Grande do Sul.

Com as sucessivas reorganizações do Exército, chegou a 1973 como  
14º Batalhão de Caçadores, quando  foi transformado em 63º Batalhão de Infantaria, tendo recebido em  1986 a denominação histórica de Batalhão “Fernando Machado”,  em homenagem ao maior herói militar nascido na Ilha de Santa Catarina.

No posto de Coronel, durante a Guerra do Paraguai, Fernando Machado comandava a   5ª Brigada de Infantaria às margens do rio Itororó - fiel ao espírito de Caxias, que pronunciou ali sua célebre frase "sigam-me os que forem brasileiros" - tentou cruzar a ponte, sobre a qual foi morto por fogo da artilharia paraguaia. 

O 63 também participou de inúmeras  campanhas militares ao longo dos séculos XIX e   XX. Além de enviar efetivo para a II Guerra Mundial, o Batalhão participou de  missões de paz em Angola, Timor-Leste e Haiti.

O Batalhão também atuou junto à defesa civil nas enchentes que assolaram Santa Catarina, cumpriu missões de Garantias da Lei e da Ordem no Rio de Janeiro, nos complexos de favelas do Alemão, em 2010, e da Maré, em 2014 e 2015.

Também compôs as forças de segurança  dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 e atua no combate a ilícitos transfronteiriços e ambientais. Seu NPOR já formou mais de 1.000 oficiais.

Foi uma honra para o PB ter estado em tal unidade.


Compartilhe este post e deixe seus comentários usando o campo logo abaixo deste texto. 

Brasil!








.

quinta-feira, 18 de abril de 2024

JUNDIAÍ JÁ TEVE UM TIRO DE GUERRA

Os Tiros de Guerra (TGs) são organizações do Exército encarregadas dar uma formação militar muito básica aos jovens, que em situações de emergência podem ser empregados em operações de defesa territorial e defesa civil.

Os TGs são estruturados de modo que o convocado possa conciliar a instrução militar com o trabalho ou estudo; a organização de um TG ocorre em acordo firmado com as prefeituras e o Exército, que fornece os instrutores (normalmente sargentos ou subtenentes), fardamento, armamento e equipamento, enquanto a administração municipal disponibiliza as instalações. 

Aqueles que prestam serviço militar em um Tiro de Guerra são chamados "atiradores", e não "soldados" - o Cap. Marco Aurélio Roda, oficial do 12º GAC, que tem apoiado o Pelotão Brasil em suas atividades, iniciou sua carreira militar como atirador - mais tarde, foi responsável pela criação do Tiro de Guerra de Carauari, no Amazonas e comandou o TG de Ituverava.

Também foi atirador o S Ten André Nascimento Biscaro, Adjunto de Comando do 12º GAC.

Poucos conhecem esse fato, mas na primeira metade da década de 1930 Jundiaí já teve um Tiro de Guerra – era o TG 132, que era chamado por muitos "Linha de Tiro".

A sede do TG 132 ficava na rua Capitão Damásio (atual Mal Deodoro da Fonseca), e segundo o Cel. Benevides, que comandou o 12º GAC, tinha um estande de tiro na área do hoje bairro da Colônia.

O TG 132 tinha uma banda e um "jazz band" - pequena grupo que tocava música popular, especialmente jazz, muito em voga na época.

Com a criação de uma "Bateria de Quadros" no 2º Grupo de Artilharia de Dorso (hoje 12º GAC), uma bateria destinada a formar reservistas de 2ª categoria, o TG 132 encerrou suas atividades em fins de 1936.

Durante a Revolução de 1932, o TG policiou nossa cidade, pois as unidades do Exército e da então Força Pública foram enviadas ao front.

A foto abaixo, foi publicada pela revista "Sultana", que circulou em nossa cidade; era o número 24, de setembro de 1935 e mostra os atiradores do TG 132 defronte à Catedral durante a cerimônia do Juramento à Bandeira.


Abaixo outra imagem preciosa, mostrando uma formatura do TG em 1917, à qual esteve presente Eloy Chaves, empresário radicado em nossa cidade, que exerceu importantes cargos na vida pública (vereador, deputado, secretário de estado) e que lançou as bases da previdência social em nosso país.


O prédio à direita é o do Ginásio Hydecroft, demolido para a construção do quartel do centro. Ao fundo, a Igreja do Rosário, também demolida para a abertura da Rua Major Sucupira.

Compartilhe este post e deixe seus comentários usando o campo logo abaixo deste texto. 

Brasil!

 




sábado, 30 de março de 2024

UMA EXPERIÊNCIA DIFERENTE, COM A MARINHA DO RASIL

Habituado ao contato com
unidades do Exército, o Pelotão Brasil viveu certa vez uma experiência bastante diferente, junto a uma unidade da Marinha do Brasil, o NaPaFlu (Navio Patrulha Fluvial) Amapá.

A bordo do Amapá, o PB conheceu um pouco das atividades executadas por essa unidade, especialmente o patrulhamento dos rios da Amazônia e o apoio às populações ribeirinhas - o Amapá é baseado na Estação Naval do Rio Negro, em Manaus.

Nessa época, o Amapá era comandado pelo então Capitão de Corveta Michel Vinícius Aguiar, que nas fotos aparece com o pessoal do PB  na praça d'armas da embarcação - praça d'armas é o compartimento do navio onde os oficiais tomam suas refeições, e leva este nome porque, antigamente, as armas de bordo eram guardadas neste local, exclusivo da oficialidade.

Construído no estaleiro McLaren, de Niterói, o Amapá foi incorporado à Marinha em 1976. Mede 46,30 m de comprimento e é dotado de dois motores diesel, que lhe permitem uma velocidade máxima de 14, 5 nós (cerca de 27 km/h). 

Pode navegar em águas com profundidade mínima de 1,4 metros e tem um raio de ação de cerca de 11 mil km, com autonomia de 30 dias.

É armado com um canhão de 40 mm, oito metralhadoras de calibre diversos e dois lançadores de morteiros.

Além de sua tripulação de 56 homens, pode transportar uma tropa de 30 fuzileiros navais. Dispõe de duas LAR (Lanchas de Ação Rápida), que aumentam sua capacidade de operar em conjunto com o Exército e a FAB.

Para atenção às populações ribeirinhas, conta com consultórios médico e dentário, além de enfermaria.

Para os componentes do PB, foi uma experiência diferente e de muito aprendizado - a foto abaixo mostra-nos na proa (parte dianteira) do Amapá, em companhia de seu comandante:

Compartilhe este post e deixe seus comentários usando o campo logo abaixo deste texto. 

Brasil!

sábado, 16 de março de 2024

MONTANHISMO MILITAR: O PB NO REGIMENTO TIRADENTES

Em uma de suas missões, o Pelotão Brasil esteve no 11º Batalhão de Infantaria de Montanha (11º BI Mth), uma unidade especializada em combate em ambiente de montanha.

Conhecido como "Onze", o Batalhão, através do Campo Escola de Montanhismo (CEMONTA ) e do Centro de Instrução de Operações em Montanha (CIOpMth), tem, entre outras a missão de desenvolver e repassar a outras unidades, técnicas para operações em montanha e utilização de equipamentos e armamentos específicos a este teatro de operações.

O Batalhão está localizado em São João del Rei, no estado de Minas Gerais e, quando o PB ali esteve, era comandado pelo Cel. Gustavo Megale Hecksher. 
 

O Onze tem suas raízes no 28º Batalhão de Infantaria, criado em 1888 em em Rio Pardo, na então Província do Rio Grande do Sul.

Participou da Campanha de Canudos, tendo sido transferido, ao retornar, para São João del Rei em 1897 e em 1920 ao receber o reforço do 54º Batalhão de Caçadores, se estruturou como 11º Regimento de Infantaria. 

O Batalhão participou também da Guerra do Contestado, das Revoluções de 1924, 1930, 1932, do movimento de 1964 e em 1996, participou de Missão de Paz da ONU em Angola.

Mas o Onze atingiu o ápice ao participar da Segunda Guerra Mundial, como integrante da Força Expedicionária Brasileira, quando atuou em todas as batalhas, culminando com a glória maior da conquista de Montese - o mais sangrento combate de que participou a tropa brasileira naquele conflito. 


Em sua estada junto ao Onze, o PB recebeu instruções acerca das atividades especificas desenvolvidas pelo Batalhão, em especial as relativas a montanhismo, desenvolvidas no CEMONTA.


Muitos componentes do Onze morreram na Segunda Guerra Mundial, mas dentre esses são especialmente lembrados os voluntários, Sgt Max Wolff Filho, considerado o maior herói da FEB e conhecido como "O Rei das Patrulhas", morto quando comandava uma delas. 

e o Cap Capelão Frei Orlando.













Muito inspirador o brado do Onze: "Para a frente e para o alto - montanha!".  

Compartilhe este post e deixe seus comentários usando o campo logo abaixo deste texto. 

Brasil!

terça-feira, 5 de março de 2024

UM GRANDE AMIGO DO PB: O CORONEL PALAIA


Durante suas missões, o Pelotão Brasil tem feito grandes amigos.

Dentre estes, destaca-se o Cel Edmundo  
Palaia Neto, que comandava o CIGS em 2011, quando o PB ali estagiou. 

O CIGS - Centro de Instrução de Guerra na Selva, localizado em Manaus, é uma escola militar ímpar, considerada a melhor escola de guerra na selva do mundo

Esse estágio levou o PB a tornar-se mais estruturado, abrindo o caminho para outras missões e atividades, além de ter feito com que o PB passasse a ter ligações especiais com a selva.

Após deixar o serviço ativo do Exército, o Cel. Palaia prestou serviços ao Ministério da Defesa.

O PB é extremamente grato a esse militar, que muito contribuiu para que chegássemos ao ponto em que estamos hoje.




Selva!!!!

Agradecemos se você compartilhar este post e deixar seus comentários logo abaixo.


 




sábado, 17 de fevereiro de 2024

ÀS VEZES SOBRA TEMPO PARA CONFRATERNIZAÇÃO


Durante as missões do Pelotão Brasil, às vezes surgem oportunidades para confraternização, como aconteceu ao final da Missão Chuí, em maio de 2023.

Nessa ocasião, o Gen Div Sinott ofereceu ao PB um churrasco, que aconteceu em sua propriedade na região de Pelotas.

Ao evento,  compareceram outros militares que serviam na área, dentre eles o Gen Div Pimentel, Cmt 6 DE (Santa Maria), Gen Bda Ribeiro, Cmt Bda Inf Bld (Santa Maria),  Gen Bda Barreto, Cmt 8 Bda Inf Mtz (Pelotas) e o  Gen Bda Carrião (Veterano).





Compartilhe este post e deixe seus comentários usando o campo logo abaixo deste texto. 

Brasil!


domingo, 4 de fevereiro de 2024

A MISSÃO OIAPOQUE E O COMANDO DE FRONTEIRA DO AMAPÁ/34º BIS


Uma das missões que mais marcou o PB, em termos de novas experiências e aprendizado, foi a Missão Oiapoque, onde fomos recebidos pelo 34º Batalhão de Infantaria de Selva

Como acontece com outras unidades que estão sediadas em áreas de fronteira, o 34 também é designado como “Comando de Fronteira”, em função de suas atribuições, que vão além das tradicionalmente atribuídas a batalhões convencionais.

O 34, chamado Batalhão Veiga Cabral, era
comandado na ocasião pelo Coronel Gelson de Souza, que apresentou o Batalhão ao PB, e também os desafios na área de responsabilidade da unidade.

Na apresentação, disse-nos o Cel Gelson que a área é muito sensível em termos geopolíticos dizendo-nos que:
    • Bertha Becker (2009) afirmou que “a geopolítica assumiu uma nova significação: não serve mais para orientar as conquistas territoriais, mas para influenciar as decisões dos Estados sobre o uso desses territórios”; assim, a gestão territorial da Amazônia passou a ser uma grande batalha de narrativas para persuadir sobre o melhor uso do território, uma batalha que o Brasil tem perdido, em função da atuação de ONGs, indivíduos de projeção e outros Estados;
    • O Gen Villas Boas afirmou em 2013 que “a consciência cívica nacional atribui à Amazônia o caráter de um dos mais indiscutíveis símbolos da nossa soberania. Contudo, em pleno século XXI, nosso país não completou a expansão interna, tendo ainda metade do território aguardando ser ocupado e integrado à sociedade nacional. Não logramos consolidar a base física da nacionalidade brasileira”;
    • Há problemas de ondem fundiária (posse de terras), desde dificuldades de natureza burocrática até possibilidade de conflitos;
    • Há um evidente desequilíbrio em relação às Terras Indígenas” (TI); como exemplo:
    • Na TI Tumucumaque vivem 1.700 indígenas em 3 milhões de hectares (ha) - 1.800 para cada indígena;
      • Na TI Waiãpi vivem 1.000 indígenas em 607 mil ha (cada indígena com 607 ha);
    • Nos Estados Unidos há 17 ha para cada indígena; no Brasil em média, 226 ha.
Estão sob responsabilidade do 34 1.733,4 km de fronteira (Guiana, Suriname e Guiana Francesa) – a área de faixa de fronteira, onde as Forças Armadas tem poder de polícia, é de 260.010 Km2, equivalente ao território do Reino Unido. A fronteira com a Guiana Francesa tem 730 km, - é a maior fronteira francesa.

O 34 tem 971 militares, dos quais 273 em
subunidades de fronteira e 698 na sede. São realizadas operações simultâneas e coordenada com as forças armadas francesas na Guiana, especialmente o 3e Régiment Étranger D'infanterie (Legião Estrangeira). 

Essas operações visam combater ilícitos transfronteiriços, principalmente tráfico de drogas e de armas, garimpo ilegal e desmatamento. Nessas operações, material é apreendido (armas, munições e ouro principalmente) ou destruído quando não pode ser transportado (drogas, balsas e equipamento de garimpo, principalmente);

O PB deslocou-se por via terrestre, de Macapá para Clevelândia do Norte, onde está instalada a Cia. Especial de Fronteira, outra subunidade do 34, passando pelas cidades de Amapá, antiga capital do estado e Oiapoque e, cruzando o Rio Oiapoque, chegou a St. Georges, na Guiana Francesa.

Em outro post detalharemos as atividades desenvolvidas pelo PB na região.

Destacamos aqui a figura do Cel. Gelson, que nos acompanhou no deslocamento por via terrestre e, numa demonstração de extrema gentileza recebeu o PB em sua residência para um jantar composto por pratos típicos da região e preparado por sua esposa e por esposas de outros militares.

Dentre os presentes a esse jantar estiveram o Gen Quint, então comandante da 22ª Brigada de Infantaria de Selva, Brigada Foz do Amazonas, a que se subordina o 34 e o então Maj Gentil, hoje subcomandante do 9º BPE, que acompanhou o PB durante toda a missão.

O Cel Gelson tem uma brilhante carreira militar: além de ter sido o 01 de sua turma na AMAN, estudou no exterior, tendo entre outros cursos feito um mestrado em Ciências Humanas e Sociais da Universidade de Sorbonne, e o Curso de Altos Estudos de Defesa, Gestão, Comando e Estratégia, da Escola de Guerra da França. 

Por dois anos estudou também na Eisenhower School, escola militar americana destinada a preparar civis e militares selecionados para posições de liderança na área de segurança nacional.

Atualmente serve no Estado Maior do Exército, em Brasília.

Finalizando vale lembrar o inspirador brado adotado pelo pessoal da 22 Brigada e do 34: “Selva! Aqui começa o Brasil!

Compartilhe este post e deixe seus comentários, usando o campo logo abaixo deste texto. Selva! Aqui começa o Brasil!


quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

CEL BRAYNER: UM GRANDE AMIGO DO PELOTÃO BRASIL

Em suas andanças pelo Brasil, o PB tem feito grandes amigos; um deles é o Cel Mário Flávio de Albuquerque Brayner, que comandou o CIGS nos anos de 2019 e 2020.

Criou-se uma ligação muito forte entre o PB e o Cel Brayner, estando entre as mais caras recordações do grupo mensagem enviada pelo Coronel às vésperas do encontro de Guerreiros de Selva de 2023:

• Contar com a presença de vocês do Pelotão Brasil e do Cel Octavio no CIGS, durante o meu Comando, foi sensacional...

• Relembrar a história nos faz ver onde estamos e para onde queremos seguir! Parabéns pela epopeia vivida na Amazônia e no nosso CIGS...

• E obrigado a você, Consentino, meu irmão, e a todos do Pelotão Brasil por todo apoio que me foi ofertado no período em que comandei o CIGS… 

• A Selva nos Une! Tudo pela Amazônia! Selva

Após deixar o serviço ativo, o Cel Brayner
continua trabalhando pelo Brasil e pela Amazônia, mantendo um canal no YouTube onde apresenta o podcast Guerra na Selva (https://www.youtube.com/results?search_query=guerra+na+selva+podcast), em que trata de assuntos de interesse do Exército e da região. 

O Pelotão Brasil foi tema de um desses podcasts, que pode ser visto em https https://www.youtube.com/watch?v=WlaiDEQSkLA.

Em outro podcast muito interessante, o Cel Brayner conversou com os Guerreiros de Selva  Cel Octávio e  Cap Cassaniga, ambos da PMSP.  

Esse episódio (https://www.youtube.com/watch?v=GknM3SDDJyA)  é muito interessante, especialmente para o pessoal mais moderno, pois esse oficiais foram alunos dos primeiros cursos do CIGS, quando quase tudo ali era improvisação e aprendizagem, diferentemente de hoje, onde o grau de profissionalismo é muito elevado.

Compartilhe este post, Selva!, Brasil!






sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

O BAIO Nº 6 - UMA TRADIÇÃO DE NOSSO EXÉRCITO

Os Dragões da Independência, o 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (RCG), tem suas origens no "Esquadrão de Cavalaria Ligeira da Guarda do Ilustríssimo e Excelentíssimo Vice-Rei do Estado", criado em 1765 pelo governo de Portugal. 

Nos Dragões serviu o Bira, um dos mais destacados integrantes do Pelotão Brasil. Gaúcho, da arma de cavalaria, montava em companhia do então Presidente Figueiredo no picadeiro do RCG.

Uma das tradições do RCG é o cavalo montado por seu comandante, sempre o Baio Nº 6 - essa tradição remonta à Proclamação da República.

Em 15 de novembro de 1889, tropas do Exército apoiavam o movimento republicano, e o Marechal Deodoro da Fonseca foi chamado a comanda-las.

Muito doente, o Marechal chegou ao Campo de Santana, hoje Praça da República, no Rio de Janeiro, conduzido por uma charrete.

Ali, encontrou posicionado o 1º Regimento de Cavalaria; Deodoro desceu da charrete e pediu para montar a cavalo. 
Os oficiais, notando o estado de saúde do Marechal, tentaram evitar que isso acontecesse, mas ele ficou irredutível.

Tentando evitar o pior, o alferes Eduardo Barbosa cedeu seu cavalo, o de número seis, ao Marechal. O animal, um baio, era considerado o mais manso do Regimento.

E assim, montado no Baio Nº 6, Deodoro acabou proclamando a República.

Então, desde aquela época, o RCG busca um cavalo baio para ocupar a cocheira número 6, e esse animal é montado pelo comandante do Regimento.

Procura-se sempre por um animal o mais parecido possível com aquele que é representado no quadro de 1892 de Henrique Bernardelli, que mostra o momento da Proclamação.

A foto acima mostra o Baio Nº 6 durante uma cerimônia de passagem de comando do RCG.

O Baio Nº 6 original morreu em 1904, tendo sido sepultado no picadeiro do RCG, em seu quartel do Rio de Janeiro, hoje ocupado pelo 1º Batalhão de Guardas.

                         Compartilhe esta postagem!

domingo, 7 de janeiro de 2024

OS QUARTÉIS DA 2ª COMPANHIA DE COMUNICAÇÕES

A atual 2ª Companhia de Comunicações Mecanizada (2ª Cia Com Mec), pela qual passaram diversos integrantes do Pelotão Brasil, foi sediada em Jundiaí de 1950 a 1980, quando foi transferida para Campinas.

Na época em que esteve em Jundiaí, era denominada 2ª Companhia de Comunicações, mas  originalmente era a  1º Companhia de Transmissões do 1º Batalhão de Transmissões, criado em 1935 no Rio de Janeiro.

Em 1946 foi destacada desse batalhão, redenominada 2ª Companhia de Transmissões e em 1947 transferida para a cidade de Itapetininga.

Naquela cidade, ocupou um quartel que anteriormente sediara o 7º Batalhão de Caçadores da Força Pública (hoje Polícia Militar) e depois o 5º Batalhão de Caçadores do Exército. Esse edifício é hoje ocupado pelo DER (Departamento de Estradas de Rodagem).

Ao chegar a Jundiaí, ocupou o velho quartel do centro da cidade, que o então 2º GO 155 havia deixado para transferir-se para suas instalações na região da Vila Rami. 

Ocupava parte do prédio o Quartel General da AD/2 (Artilharia Divisionária da então 2ª Divisão de Infantaria).

Em Campinas, a hoje 2ª Cia Com Mec ocupa modernas instalações localizadas no Jardim Chapadão, próximo a outras unidades militares - o Pelotão Brasil frequentemente participa de solenidades ali realizadas.


Compartilhe esta postagem em sua rede de relacionamentos


segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

O PELOTÃO BRASIL INVADIU A VENEZUELA

Durante a missão Raposa Serra do Sol, o PB cruzou a fronteira venezuelana, indo até Santa Elena de Uairen, uma cidade de 30 mil habitantes.

Circulavam pela cidade membros da Guarda Nacional Bolivariana, uniformizados com uma espécie de jaqueta vermelha e calças de um azul muito vivo, armados de fuzis AK-47, pilotando motos civis.

Esse pessoal estranhou a presença na cidade de brasileiros uniformizados, perguntando ao então TC Rodrigo Luiz Soares Evangelista, que nos acompanhou durante toda a missão, quem éramos - esclarecidos, retiraram-se.

Apesar de a principal atividade econômica da região ser a extração de diamantes, vimos ali cenas muito tristes: pequenos supermercados vazios, com pessoas à porta aguardando a chegada de mercadorias – qualquer mercadoria, que comprariam e buscariam trocar com algo de que necessitassem.

Cambistas circulavam pela cidade, com enormes pilhas de dinheiro venezuelano inflacionado, que pretendiam trocar com brasileiros que eventualmente estivessem por lá – produtos mais sofisticados eram encontrados em algumas lojas.

Buscando comer algo, entramos  em uma 
lanchonete e acabamos consumindo toda a comida disponível: 6 sanduíches e 4 refrigerantes, divididos entre todo o PB.

À época, Santa Elena sediava um Escuadrón de Caballería Motorizado (Escamoto), do Exército Venezuelano.

Muito tristes também as cenas que vimos na estrada: veículos queimados, de brasileiros que haviam ido a Santa Elena comprar gasolina muito barata para vender em Boa Vista – acidentes incendiaram os carros, verdadeiras bombas ambulantes.

Vimos também muitas famílias venezuelanas caminhando a pé rumo à fronteira brasileira, fugindo da crise que desde aquela época assola a Venezuela.

Em Boa Vista e Pacaraima, milhares de venezuelanos eram alojados em condições precárias, atendidos na medida do possível pelo Exército e por outros órgãos do governo brasileiro.

E pensar que há brasileiros que admiram narcoditaduras como as que levaram a Venezuela, outrora um país rico, à miséria.

Compartilhe esta publicação com seus amigos